Sincronização de Grandes Massas Orquestrais e Corais

A velocidade de propagação da luz é de 300 000 k m s^{-1}, enquanto o da propagação do som é da ordem de 0.344 k m s^{-1}. Desta diferença substancial de valores, resulta um fenômeno bem conhecido: quando ouvimos um estrondo ao longe (foguete, trovão), vemos a luz que lhe está associada, e só mais tarde chega até nós o som desse acontecimento. Nos estádios esportivos, os espectadores divertem-se explorando esse defasamento: cantando e levantando-se simultaneamente, dos dois lados do estádio, ou fazenda a “onda”. Devido à distância considerável entre as bancadas, o som chega um pouco mais tarde.
Esse fenômeno tem implicações em música. Para pequenas distâncias de propagação, praticamente não existe defasamento entre a observação dos fenômenos e o som por eles emitido.

No entanto, para distância de vinte metro ou superiores, apercebemo-nos de que o som leva algum tempo a chegar. Em concertos ou óperas realizados em grandes salas, o fenómeno é bem perceptível para o público que se encontra nos lugares mais distantes do palco. Os movimentos dos músicos e cordas nas arcadas surgem antes da chegada do som que emitem. Os movimentos do maestro também são reveladores desse defasamento temporal.
Mas, se para o público é apenas um pequeno contratempo sem consequência na audição musical, para os músicos a realidade é diferente. Se o palco é pequeno e o número de músicos reduzido, o problema não se põe. No entanto, em obras sinfónicas e coral – sinfónicas, óperas, em que podem estar duzentas ou trezentas pessoas num palco muito grande (sem pensar em obras gigantescas, como a sinfonia nº 8 dos mil), a acção coordenadora do maestro é essencial para a sincronização dos músicos mais distantes

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(tabela)

Consideremos um determinado meio de propagação. Quando se provoca uma perturbação nesse meio, a onda originada leva um certo tempo a atingir outros pontos no meio que estamos a considerar. A velocidade de propagação do som (por vezes também designada velocidade da onda) depende das características desse meio, nomeadamente a elasticidade e a densidade, as quais dependem da temperatura. Em geral, a velocidade de propagação de uma onda mecânica através de um meio, é uma expressão da forma (Benade, 1990; Benson, 1996):

(equação)

A análise dos valores na Tabela 4.2 mostra que, saldo algumas excepções (chumbo, por exemplo, a velocidade de propagação do som é maior nos sólidos a seguir nos líquidos e finalmente nos gases, o que está de acordo com as características mecânicas e a estrutura dos estudos da matéria.
Relativamente ao ar, verifica-se que a dissipação termo – viscosa de energia depende muito da humidade e da poluição.